sábado, 28 de julho de 2012

Bingo Matemático


Bingo Matemático

Faixa etária
Este jogo é recomendado para turmas que dominam cálculos simples de memória e deve ser jogado com certa frequência para reforçar a tabuada

Número de participantes
Todos os alunos da turma poderão jogar

Duração do jogo
Em média, dura 30 minutos

Objetivos Pedagógicos
ü  Diagnosticar o aprendizado da turma para sistematizar alguns conhecimentos construídos através de cálculos envolvendo as quatro operações
ü  Observar se os alunos utilizam os cálculos que conhecem de memória para resolver outros que eles não conhecem
ü  Abordar as quatro operações matemáticas
ü  Memorização da tabuada

Materiais
Cartelas de bingos que podem ser confeccionadas pelos próprios alunos, conforme modelo abaixo, marcadores, que podem ser grãos de feijões, fichas contendo as expressões numéricas, uma garrafa pet para colocarmos as fichas das expressões.


 



Objetivos do jogo: completar a cartela antes dos colegas e gritar "Bingo!

Procedimentos
ü  Para dar início a partida, cada aluno deverá colocar sobre o centro da mesa a sua cartela, com os números voltados para cima
ü  Deve-se escolher quem irá cantar os números
ü  Vale frisar que todos os jogadores deverão estar atentos aos números cantados, pois estes só serão repetidos 3 vezes
ü  Quando as fichas, contendo as expressões numéricas, forem chamadas, uma a uma, os alunos terão um tempo de 30 segundos para resolver as continhas
ü  Se o jogador, ao resolver a expressão numérica, observar que na sua cartela há o resultado obtido, ele deverá marcar a casa com o grão de feijão
ü  As fichas serão cantadas até que um jogador preencha todas as casas
ü  O jogador que preencher todas as casas deverá gritar “Bingo!” para encerrar o jogo
ü  Deve-se conferir a cartela desse possível ganhador
ü  Se ele tiver gritado "Bingo!" sem ter preenchido todas as casas, ele será excluído do jogo
ü  Todavia, se todas as casas tiverem sido preenchidas corretamente, ele vencerá o jogo

OBS: O mesmo procedimento será feito se tivermos mais de um possível vencedor

Sugestões
Para revisar algum conteúdo abordado em sala de aula, pode-se substituir os números por sílabas, nomes de personagens históricos etc.

Feche a Caixa


Faixa etária:
Este jogo é recomendado para turmas que ainda não dominam cálculos simples de memória e deve ser jogado com certa frequência para reforçar os cálculos de adição.

Números de participantes: três jogadores por turno

Duração do jogo:
Varia de acordo com a quantidade de alunos que irão jogar. Em média, dura 30 minutos.

Objetivos Pedagógicos:
ü  Diagnosticar o conhecimento dos alunos para sistematizar alguns conteúdos construídos através de cálculos envolvendo a operação de adição.
ü  Observar se os alunos utilizam os cálculos que conhecem de memória para resolver outros que eles não conhecem.

Materiais:
2 dados, 1 tabuleiro, com casas numeradas de 1 a 9,  tampinhas de garrafa pet que serão utilizadas para fechar cada caixa.


Objetivos do jogo: utilizar os resultados dos dados para tentar fechar o maior número possível de caixas.

Procedimentos:
ü  Nesse jogo, cada jogador, a sua vez, joga 2 dados. Com todos os números expostos, o jogador fecha as caixas a partir dos números obtidos.
ü  Outra possibilidade é o jogador lançar os dados e somar os números que aparecerem e fechar a caixa com o valor do total conseguido.
ü  Quando as caixas 7, 8 e 9 forem fechadas, joga-se apenas com um dado.
ü  O jogador deve jogar sucessivamente os dados, repetindo o procedimento, até o total de pontos não permitir fechar mais nenhuma caixa. Quando todas as caixas estiverem fechadas ou quando os pontos não permitirem fechar mais nenhuma caixa, abrem-se novamente as caixas para a próxima jogada.
ü  Para saber dos pontos alcançados na sua jogada, o jogador deverá somar os valores das caixas que continuam abertas e subtrair de 45 (somatório dos valores de todas as caixas, de 1 a 9).

Antes do jogo:
Apresentar as regras do jogo

Durante o jogo:
Registrar os cálculos

Após o jogo:
Retomar as estratégias utilizadas pelos alunos que permitiram fechar as caixas


Sugestões:
Proponha situações-problema, “congelando” algum momento da partida. Utilize o resultado dos dados para discutir com a classe as diversas opções de caixas que podem ser fechadas. Anote todas as combinações possíveis em um cartaz e fixe-o na sala: a consulta constante vai ajudar os pequenos na memorização dos resultados. Observe as estratégias usadas pelas crianças para calcular os pontos que fizeram ao terminar a rodada e incentive-as a fazer o registro desse cálculo.




sexta-feira, 27 de julho de 2012

Jogo do Alfabeto



Jogo do Alfabeto




Faixa etária: dos sete aos doze anos

Número de participantes: 2 , 4 ou 6 alunos

Duração: depende do professor

Objetivos Pedagógicos:
  • Enriquecer o vocabulário
  • Exercitar a escrita rápida
  • Consolidar conteúdos
  • Estimular o raciocínio
Materiais/ recursos:
Fichas com letras do alfabeto, uma caixa para as letras, cartela com os temas, lápis ou caneta.

Objetivo do jogo:
Completar as lacunas com nomes iniciados com a letra sorteada.

Procedimentos:
O jogo inicia-se com um aluno apanhando uma letra na caixa e colocando-a no centro da mesa, de modo a ser visível para todos. Cada aluno escreve na sua cartela palavras que se iniciam com a letra escolhida. Este termina quando um dos alunos preenche as categorias da linha, referente a letra sorteada, gritando stop.
Verifica-se e atribui-se a pontuação pelos elementos do grupo.
O jogo continua, até preencher toda a cartela.

Pontuação:
  • para cada palavra diferente, na mesma categoria atribui-se 10 pontos
  • palavras iguais 5 pontos
  • caso um aluno deixe em branco uma determinada categoria e os colegas o fizerem, estes ganharão 20 pontos se as palavras forem diferentes, mas se houver palavras iguais atribui-se 10 pontos
O jogo termina com a soma da pontuação final e escolha do vencedor do jogo.

Antes do jogo:
  • Organizar os alunos em grupos conforme a intenção pedagógica
  • Distribuir o material
  • Familiarizar com os materiais
  • Explicar as regras do jogo

Durante o jogo:
  • Os alunos devem manter-se em silêncio

Após o jogo:
  • reflexão colectiva entre professor e alunos
Sugestões/ variantes: 
jogo “nomes nomes”







Elementos do Grupo:
João Antônio Andrade Coelho
Lucrécia Lima
Alícia Andrade Gonçalves

Relógio dos verbos


Relógio dos verbos




Faixa etária: a partir dos 8 anos e idade

Número de participantes: toda a turma

Duração: a partir de 5 minutos a 1 hora

Proposta Pedagógica:
  • Formação de frases
  • Relação entre grupo nominal e grupo verbal
  • Reconhecimento de tempo verbal e pronome pessoal
  • Estimular o gosto pelo estudo de verbos
Materiais/ recursos: Relógio(s), fichas com verbos e dado colorido (ver ilustração).

Objetivo: acertar todos os verbos do relógio
 
Procedimentos: 
 
Antes do jogo: Preparação de materias, formação de grupos, demonstração do jogo. 
 
Durante o jogo: Um elemento de cada grupo lança o dado de cores (na mesa do professor) e escolhe a ficha de verbos de acordo com a cor correspondente à face superior do dado. Dirige-se ao grupo a que pertence, faz a leitura do verbo indicando o tempo e pessoa no relógio à medida que o professor registra a pontuação de cada grupo, que será 1 ponto para cada resposta correta.
Os outros elementos seguirão os mesmos procedimentos até encontrarem todos os verbos propostos no relógio.
 Ganha o jogo o grupo que tiver maior número de pontos.

Após o jogo: Reflexão sobre o desempenho dos grupos ao longo do jogo.

Sugestões/ variantes: O relógio pode ser construído ou modificado de acordo com o conteúdo que o professor pretende trabalhar (em todas as áreas disciplinares) e o grau de complexidade aumenta de acordo com o nível de aprendizagem dos alunos.

- Cada grupo terá um relógio onde inclui apenas um verbo diferente dos outros.
- O jogo pode ser desenvolvido em grupo ou individualmente, utilizando apenas um relógio.











O CAÇADOR


O Caçador

Faixa etária: a partir de 6 anos

Número de participantes: a partir de 6 elementos

Duração: máximo 30 minutos

Proposta Pedagógica: Identificação e memorização de números, letras, sílabas palavras, etc. Pode ser integrada com qualquer disciplina e em diferentes conteúdos.

Materiais/ recursos: cartão, tesoura, apito, cronômetro, marcador e os alunos.

Objetivos:
    - desenvolver a capacidade de atenção, concentração e agilidade;
    - promover a participação coletiva e a socialização
Procedimentos:

- Antes do jogo: O espaço escolhido é dividido em duas partes. Escolhe-se um aluno para ficar na linha central do campo que desempenha a função de caçador, enquanto que o restante dos jogadores serão as ovelhas e ocuparão um dos lados do campo.

-Durante o jogo: As ovelhas têm que atravessar o campo passando pela linha central sem serem tocadas pelo caçador. Caso forem tocadas, deixam de ser ovelhas e passam a ser também caçadores, e assim sucessivamente. Se por algum motivo, um jogador/ovelha, durante o percurso, sair do campo, junta-se aos elementos que se encontram na posição de caçador. O jogo termina quando não houver mais ovelhas.

Sugestões/ variantes: - este jogo pode ser utilizado em casos de competição entre grupos. Adapta-se ao jogo da raposa para crianças de 6 a 8 anos a fim de desenvolver a expressão oral, memorização, capacidade auditiva, etc. 



  

Grupo: Antônio Teixeira, Ana Maria e Nélson Neves

À BUSCA DO TERRITÓRIO


À BUSCA DO TERRITÓRIO OU DONDE VEM O SOM.


Faixa etária: dos 6 aos 14 anos.
Número de participantes: Variável (de acordo com o n° de alunos e o espaço físico disponível)
Duração: De 5 a 10 minutos
Proposta Pedagógica:
  • Língua Portuguesa - oralidade (produção de frases/textos, relacionados com os nomes utilizados no jogo).
  • Matemática – as quatro operações, números ordinais, comparação de números … a partir do n° de elementos de cada grupo.
  • Expressão Musical – Sons vocais (timbre, capacidade expressiva da voz, localização do som, imitação e reconhecimento de vozes dos animais, etc.)
  • Ciências Integradas – Tema - Animais.
  • Expressão Física-Motora – Lateralidade, noção de espaço...
  • Expressão Plástica – Desenho e pintura, modelagem, recorte e colagem...

OBS: O jogo pode servir de um tema gerador para trabalhar as diferentes áreas de forma integrada.

Materiais/ recursos: Venda para os olhos, cartão de identificação.
Objetivos:
  • Imitar vozes dos animais;
  • Reconhecer vozes do animais;
  • Encontrar o seu território a partir da localização do som.

Procedimentos:
Antes do jogo:
  • -- Motivação dos alunos para o jogo;
  • Preparação do espaço de forma a evitar que haja acidentes e permitir maior mobilidade dos alunos durante o jogo;
  • Formação dos grupos com a respectiva identificação dos elementos e dos chefes;
  • Explicação das regras do jogo e os cuidados que os alunos devem ter durante o jogo;
Durante o jogo:
  • Os alunos de olhos vendados ficam espalhados no centro do espaço;
  • Os chefes de cada grupo ocupam cada um o seu território e começa a imitar a voz do animal que representa de forma repetitiva;
  • Os elementos de cada grupo, de olhos vendados, têm de localizar o seu território, seguindo o som do animal que o seu grupo representa;
  • Se um grupo conseguir reunir todos os elementos no seu território ante do tempo estipulado,o jogo termina e este será o vencedor;
  • Caso nenhum dos grupos conseguir reunir todos os elementos dentro do tempo estipulado, vence aquele que tiver maior número de elementos no seu território.
Após o jogo:
  • Após o jogo, o professor reúne os alunos em círculo, para comentários finais.
  • A partir dos comentários feitos, o professor pode introduzir questões relacionadas com o conteúdo da área disciplinar que pretende trabalhar a seguir.
Sugestões/ variantes:
O jogo pode ser adaptado para cada área disciplinar de acordo com alguns exemplos:
  • Língua Portuguesa- Formar território com classes de palavras(adjetivos, substantivos, verbos , pronomes...)
  • Ciência Integradas – Formar território com classe de animais( alimentação, revestimento do corpo, locomoção, habitat...)
  • Matemática - Formar território com figuras geométricas, para classes iniciais, comparação de números, divisores e múltiplos de números...)
Obs: O jogo pode ser adaptado a todas as classes, aumentando o grau de complexidade de acordo com o ano de estudo. 
Turma AGrupo: 
Ângela Paulo                                      
Euclides Cabral
Manuel Gonçalves

jogo de letras


Jogo das Letras

Faixa etária: do Pré- escolar ao Ensino Básico

Número de participantes: vários grupos de 3 ou 4 alunos

Duração: 40 minutos

Objetivos pedagógicos:
  • Desenvolver a capacidade de observação, escrita e leitura nos alunos
  • Identificar as letras
  • Formar palavras e frases
Materiais/ recursos: Cartões com letras ( alfabeto e/ou sílabas)
Procedimentos:
Antes do jogo: O jogo deve começar a partir de:
Narração de um conto;
Situação real;
Exploração de um cartaz;
Roda de conversa;
Adivinha...
Durante o jogo: Após o destaque de uma palavra, a professora distribui a cada grupo um conjunto de cartões com letras e/ou sílabas. De acordo com o nível dos alunos, pode-se solicitar a exploração dos cartões através da identificação das letras, da formação de palavras ou frases, da contagem da quantidade de letras, da escrita das palavras (dependendo da capacidade e criatividade) associada à oralidade. Ganha o jogo o grupo que conseguir realizar corretamente as atividades proposta em primeiro lugar. Os elogios devem ser feitos de forma que promova o espírito de cooperação.
Após o jogo: Faz-se a avaliação através do comentário dos participantes do jogo. 



O Chefe Manda


O Chefe Manda

Faixa etária: 6 a 13 anos
Número de participantes: livre/ aberto
Duração: o tempo será calculado dependendo do número de participantes

Objetivos pedagógicos:
  • Explorar diferentes conteúdos do Ensino Básico, dentre os quais: noção espacial, figuras geométricas, as quatro operações matemáticas, escrita de palavras, conjugação de tempos e modos verbais ( Língua Portuguesa )...
  • Testar a capacidade de resposta dos alunos perante uma ordem.

Materiais/ recursos: etiquetas variadas, papel, caneta, lápis, giz, piso...

Objetivo do jogo: ser o último jogador a estar na roda

Procedimentos: é um tipo de jogo em que o aluno é chamado a responder a ordem dada pelo chefe. Quando o professor diz: “Chefe manda, levante a perna direita”, por exemplo. Os alunos devem levantar a perna. Se o professor disser apenas “Levante a perna.”, os alunos não podem levantar a perna, pois só devem realizar as ações que o “chefe manda...”. Quem responder corretamente a solicitação do chefe continua no jogo, os demais serão eliminados. O vencedor será aquele que conseguir responder, de forma correta todas as ordens dadas pelo chefe.

Antes do jogo: o chefe dá as devidas orientações sobre a realização do jogo ( regras )

Durante o jogo: a concentração constitui um elemento importante, em que a indicação da ordem deve ser feita com clareza, começando-o sempre com a expressão: o chefe manda. 
 

Diário2


VIAGEM DE SONHOS


Tudo vem dos sonhos. Primeiro sonhamos, depois fazemos”.
Monteiro Lobato


Domingos Pedro Lopes
José Nildo Teixeira da Veiga


Sonho de qualquer professor cabo-verdiano é participar em ações de formação e capacitação para que possa estar munido de ferramentas, levando em linha de conta ter um desempenho de qualidade junto dos seus discentes, basta ver o lema escolhido pelo Ministério de Educação e Desporto, neste ano letivo “Juntos por uma Educação de Qualidade”.
Neste contexto, a sorte para a concretização do nosso sonho não poderia ser melhor porque nos calhou, como cenário da nossa formação, a linda cidade turística de Fortaleza, situada no Nordeste do Brasil, onde sobressaem nomes conhecidos de alguns de seus filhos, como os de José Alencar e Tom Cavalcante, poeta e humorista, respetivamente.
Logo, a nossa chegada no Aeroporto Internacional “Pinto Martins” fomos muito bem recebidos pelo Sr. Neto, assistente do curso. Viríamos a ser instalados no grande Hotel Mareiro, junto à Avenida Beira-Mar, que nos fez lembrar Cabo Verde, especialmente as nossas ilhas orientais e também turísticas do Sal, Boavista e Maio, onde sobressaem de entre outras paisagens deslumbrantes, destacando as dunas, praias extensas de areias brancas. Aliás, isso já tinha sido constatado por nós ainda quando estávamos a fazer a aterragem na pista.
A simpatia dos brasileiros é deveras impressionante, o que nos fez recordar a célebre morna Brasil de autoria do malogrado compositor sanvicentino Francisco José da Cruz, ou simplesmente B. Léza. A letra, que vamos escrever como adenda, afirmava que Brasil era irmão de Cabo Verde, relembrando, de certa forma os nossos laços históricos e/ ou culturais, o que teve sua continuidade com a ministração de aulas pelos formadores brasileiros. Eles têm-nos mostrado que, para se ser bom professor, para além de competência são ainda necessários outros ingredientes, nomeadamente paciência, humildade e conhecimento da realidade social dos alunos.
Tendo em conta o sentimentalismo do cabo-verdiano, principalmente quando está longe dos seus ente-queridos, em que a saudade vem na mó de cima, a procura do telefone era necessária e foi notória a forma insaciável como todos nós queríamos obter a linha para procedermos aos primeiros contatos com os nossos familiares, colegas de trabalho e amigos.
Atendendo ao custo elevado das chamadas, sendo dois reais por minuto, que equivalem a noventa escudos cabo-verdianos, pelo que de início tivemos que levar a mão a cabeça, auxiliando de uma calculadora. Esta situação, que nos parecia ruim, foi-nos minimizando, pouco a pouco, devido ao empenho de dois colegas nossos que puseram a nossa disposição os seus préstimos como empreendedores, através do sistema inovador introduzindo ao seu computador o voipcheap, fazendo-nos, assim, um preço pela metade do custo em relação ao praticado pelos operadores brasileiros, como valor de dois reais por minuto, passando assim de dois para um real por minuto.
De referir que uma outra dificuldade encontrada tem a ver com a nossa mobilidade na qualidade de pedestre, problema que tem vindo a ser minimizado com a planta de localização da cidade (mapeamento), permitindo-nos a identificação e a memorização de avenidas e ruas, elementos importantes na ida e volta aos principais pontos da mesma.
Convém frisar que, com o apoio patenteado pelos nossos formadores, temos vindo paulatinamente a ultrapassar as nossas dificuldades iniciais, se atendermos a complexidade de uma realidade que estamos ainda ávidos em conhecer, tais como as suas belezas e o ambiente ao nível educacional, social e cultural.

Eis a letra da composição Brasil de B.Léza
I
Bén konché ês terra morena
Onde káda criola é uma serena
Bén ku bu céu també di anil
Kês nós terra piquinin
É un pedacinhu di Brasil

II
Brasil Ki nós tudu tén na peitu
Brasil ki nô tá senti na sángui
Brasil bó é nosso irmão
Si k'má nós bó é moreno
Brasil nó krébu tchéu
Nó krébu tchéu di korason

III
Ventu ki tá bái di Sul
Tá levá na sês kônte cenas di Brasil
Si nó ká tá bái
Nó ká tá dixál
Brasil bó é nós sonhu
Bó é nós céu azul.





VIAJANDO NA DESCOBERTA


Domingos Sacrossantos Fernandes Silva
Maria Helena Pereira Furtado


Antes da chegada a Fortaleza

É pela primeira vez que os professores de Ensino Básico de Cabo Verde se deslocam ao Brasil para um estágio, no âmbito do Programa Linguagem das Letras e dos Números Projeto José Aparecido Oliveira.
Foi num dos encontros técnicos que souberam dessa iniciativa. Salvador fez parte da organização de todo o processo. Estabeleceram-se critérios para a seleção dos formandos que iriam participar nesse estágio. A partir daí, vários contatos foram estabelecidos com as Delegações Concelhias do Ministério da Educação e Desporto, no sentido de dar-lhes informação e orientações detalhadas, que lhes ajudariam na escolha dos professores.
As Delegações reagiram mandando a lista nominal, acompanhada de todas as informações referentes aos participantes. Essas informações foram sistematizadas e enviadas ao Brasil.
Junto dos serviços consolares da Embaixada do Brasil em Cabo Verde, conseguiram todas as instruções necessárias para a solicitação do visto, processo esse que decorreu de forma rápida. Foi a própria Embaixada do Brasil em Cabo Verde que contatou uma agência de viagem para a emissão das passagens.
Tendo as passagens em mãos foi feito o reencaminhamento via e-mail para todos os Concelhos.
Salvador e a sua colega Arina começaram a aplicar os seus conhecimentos de letramento e numeramento, desde o começo da organização desse evento, através de:
  • Leitura e análise da lista nominal que veio dos Concelhos;
  • Conferição do número de professores que cada Concelho deveria enviar;
  • Mapeamento de pessoas que deveriam ser contatadas via e-mail e telefone;
  • Soma do total de contatos feitos, no sentido de certificarem que ninguém ficou de fora;
  • Análise das fotografias dos participantes;
  • Distribuição dos passaportes aos professores no aeroporto;
  • Soma dos participantes no momento de check-in, o que lhes permitiu descobrir que participantes do Concelho de Santa Catarina foram os últimos a chegar ao aeroporto.
No aeroporto continuaram a fazer esse exercício, pois tinham que fazer a leitura das placas que indicavam o itinerário que deveriam seguir tais como:
  • Identificação da sala de embarque, serviços de fronteira, casas de banho, bar...;
  • Identificação do número dos acentos no talão de embarque;
  • Estimativa do número total de passageiros que o avião que nos transportou trouxe para Fortaleza.


Chegada à cidade de Fortaleza

Chegados ao aeroporto de Fortaleza, seguiram o itinerário semelhante para irem até a fronteira, despacharem as bagagens, procurarem pela pessoa que tinha a incumbência de ir buscá-los ao aeroporto e ainda através da visualização de algo que transmitisse essa informação. Foi aí que o Chico entrou na história. Ele disse:
Professores de Cabo Verde, por aqui por favor!
Todos foram ao encontro dele. Um a um foram chamados. O controle era rigoroso, pois o Chico tinha de conferir bem se todos os que estavam na lista tinha desembarcado, à medida que mostravam-lhes alguém que os conduziria até ao ônibus. Todos pegaram nas suas bagagens e dirigiram-se até o local. Ainda dentro do ônibus foi feita a segunda chamada. Nesse momento foram informados que o destino a seguir era o Hotel Mareiro, que fica situado na Rua Tibúrcio Cavalcante com a Avenida Beira Mar.
Era por volta das dezenove horas locais. Já na recepção do hotel, todos fizeram os seus registos de entrada e automaticamente os funcionários entregavam as chaves a cada um e indicavam o piso e o número dos apartamentos. Cada um, através das indicações dadas, foi se instalar nos seus aposentos. O jantar foi servido logo. Era no segundo piso.
Para efetuarem chamadas para os familiares e fazerem algumas compras básicas, tiveram que usar os conhecimentos matemáticos para poderem fazer a correspondência dólar/real, escudo/real e euro/real, uma vez que tinham de converter a moeda trazida pelo real, que é a moeda utilizada na compra e venda no Brasil. No processo de câmbio, alguns colegas saíram a ganhar enquanto que outros perderam.
No dia seguinte, por volta das oito horas, iniciaram-se os trabalhos. Os professores deram aos formandos muitas informações importantes de como circular dentro da cidade de Fortaleza. Essas informações fizeram parte de muitos trabalhos solicitados ao Salvador e seus colegas, entre as quais se destacam este trabalho – Diário de Bordo: Histórias de Cabo-Verdianos em Fortaleza.

Resolvendo problemas em Fortaleza

Na dia 18 de julho, Salvador e Arina, juntamente com os colegas e professores, foram visitar a Livraria Cultura. No final da visita, decidiram não voltar com o grande grupo, uma vez que queriam ir até ao shopping mais perto. Foi aí que pediram informações a um cearense, que os disse que o tal shopping ficava situado a cinco quadras daí. Começaram as aventuras. Andaram muito a pé e nem sinal do shopping. Resolveram desistir de ir ao shopping. Andaram tanto, sentiram o vento fresco, pensaram que estavam perto do mar porque aquele vento era semelhante à maresia e, portanto, perto do Hotel Mareiro. Continuaram a caminhar e começaram a desconfiar que estavam perdidos.
Mesmo assim continuaram a caminhada passando ao lado de um rio. Com o conhecimento do mapa tinham, lembraram-se que por aí poderia estar o Rio Cocó e aí chegaram à conclusão que estavam em Iguatemi. Andaram mais um pouco e visualizaram o Shopping Center Iguatemi. Foi um alívio!!!! Ficaram tranquilos e resolveram juntar o útil ao agradável, tentando amenizar a angústia e ocupar da melhor forma o tempo perdido. Depois disso, pegaram um táxi e regressaram ao Hotel Mareiro. O taxista cobrou-lhes 25 reais pelo preço da corrida e acharam que era o preço justo. Na altura de pagar a conta, ajudaram uma colega a ver que, em vez de entregar uma nota de cinco reais, ia entregar uma de 50 reais.







Estamos perdidos! E agora o que faremos?


Legenda
A Livraria Cultura
Av. Dom Luís, 1010 - Aldeota, Fortaleza - CE, 60160-230


B Shopping Center Iguatemi Fortaleza
Avenida Washington Soares, 85 - Cocó, Fortaleza - CE,
60811-900




Como já se passava da hora do jantar, Salvador e os colegas resolveram ir jantar ao bar que fica ao lado do Hotel Mareiro. Fizeram os seus pedidos. Como os pedidos eram tantos, demoravam muito tempo a sair. Depois do jantar, pediram a conta e repararam que o valor da despesa apresentado no talão era superior ao consumo feito. Conferiram os gatos de cada um, acrescentaram os dois reais do atendente, mesmo assim as contas não batiam. Não queriam sair de lá sem antes resolver o problema vivido no momento. Pegaram mais uma vez no talão e analisaram os itens um a um e descobriram que foi incluído na conta um dos sucos pedidos, que não chegou ao ser servido. Chamaram o atendente, colocaram o problema e este foi fazer a retificação no talão. Pagaram as suas contas e regressaram ao hotel Mareiro.
Foi um dia de muita aventura!


Nomes
Produtos
Suco
Skol
Pastéis de camarão
Hambúrguer
Bora bora
Despesa por pessoa

Jesus
x
x


x
R$27.50
Helena




x
R$21.40
Domingos

x
x


R$23.10
Maria
x




R$18.40
Fernando


x
x

R$20.40
Total Geral
R$110.83
Factura apresentada
R$129.23

Observação: Só chegaram a servir um dos sucos solicitados.



 
ENFRENTANDO CÁLCULOS
NUMA VIAGEM DE NEGÓCIO À FORTALEZA


Dulcelino Bettencourt
Luís Vasconcelos


Cabo Verde é um país onde a população vive à base das seguintes atividades económicas: comércio, agricultura, pesca, criação de gado, indústria etc. Sendo o comércio uma das principais atividades económicas, à semelhança de muitos países como por exemplo Brasil, com uma população muito parecida à de Cabo Verde, são muitos os comerciantes cabo-verdianos que deslocam a esse destino para fazerem as suas compras.





Foi o que aconteceu com a Caty, uma criança de 12 anos que terminou com sucesso o sexto ano de escolaridade. Como recompensa foi-lhe dada a oportunidade de acompanhar a mãe (Berta), que é uma comerciante, numa viagem de negócio à Fortaleza. Essa oportunidade tinha também como objetivo auxiliar a mãe nas contas.
Já instaladas em Fortaleza, as duas foram às compras na Feira, situada ao pé do Mercado Central. Compraram várias peças de vestuários: camisas, calças, saias, blusas e sapatos. Enquanto a mãe fazia compras, a Caty ia anotando, riscando com tracinhos, as peças compradas da seguinte forma:

Camisas - / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

Calças - / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

Blusas - / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

Saias - / / / / / / / / / / / / / / / / / /

Sapatos - / / / / / / / / / / / /










Mesmo tendo feito uma viagem muito cansativa, a Caty de regresso da feira, reorganizou os dados que anotou durante as compras numa tabela de frequência. Com os dados bem organizaodos, a Caty quis saber quanto é que a mãe pagou pelas camisas em CVE, sabendo que 1 BRL corresponde a 44 CVE e tendo em conta que cada camisa custou 20 reais.
A curiosidade da Caty não parou por aqui. Sabendo que a mãe pagou 1440 reais na compra dos sapatos, ela quis saber quantos reais pagou por cada par de sapato.
Quanto mais calculava, mais curiosa ficava. Para satisfazer-se, quis saber ainda quanto a mãe ganharia em CVE, se vendesse cada calça por 120 reais, sabendo que comprou uma calça por 100 reais.
Muito satisfeita com a enorme colaboração da Caty, a mãe prometeu trazê-la mais vezes para Fortaleza.



 
ENFRENTANDO CÁLCULOS
NUMA VIAGEM DE NEGÓCIO À FORTALEZA


Dulcelino Bettencourt
Luís Vasconcelos


Cabo Verde é um país onde a população vive à base das seguintes atividades económicas: comércio, agricultura, pesca, criação de gado, indústria etc. Sendo o comércio uma das principais atividades económicas, à semelhança de muitos países como por exemplo Brasil, com uma população muito parecida à de Cabo Verde, são muitos os comerciantes cabo-verdianos que deslocam a esse destino para fazerem as suas compras.





Foi o que aconteceu com a Caty, uma criança de 12 anos que terminou com sucesso o sexto ano de escolaridade. Como recompensa foi-lhe dada a oportunidade de acompanhar a mãe (Berta), que é uma comerciante, numa viagem de negócio à Fortaleza. Essa oportunidade tinha também como objetivo auxiliar a mãe nas contas.
Já instaladas em Fortaleza, as duas foram às compras na Feira, situada ao pé do Mercado Central. Compraram várias peças de vestuários: camisas, calças, saias, blusas e sapatos. Enquanto a mãe fazia compras, a Caty ia anotando, riscando com tracinhos, as peças compradas da seguinte forma:

Camisas - / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

Calças - / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

Blusas - / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / / /

Saias - / / / / / / / / / / / / / / / / / /

Sapatos - / / / / / / / / / / / /




Mesmo tendo feito uma viagem muito cansativa, a Caty de regresso da feira, reorganizou os dados que anotou durante as compras numa tabela de frequência. Com os dados bem organizaodos, a Caty quis saber quanto é que a mãe pagou pelas camisas em CVE, sabendo que 1 BRL corresponde a 44 CVE e tendo em conta que cada camisa custou 20 reais.
A curiosidade da Caty não parou por aqui. Sabendo que a mãe pagou 1440 reais na compra dos sapatos, ela quis saber quantos reais pagou por cada par de sapato.
Quanto mais calculava, mais curiosa ficava. Para satisfazer-se, quis saber ainda quanto a mãe ganharia em CVE, se vendesse cada calça por 120 reais, sabendo que comprou uma calça por 100 reais.
Muito satisfeita com a enorme colaboração da Caty, a mãe prometeu trazê-la mais vezes para Fortaleza.


 
A VIAGEM


Elias Silva Mendes da Fonseca
Elsa Maria Furtado Fortes


ELISA é uma senhora cabo-verdiana, da ilha de Santiago, que foi convidada a uma formação na área de Língua Portuguesa e Matemática, em Fortaleza no Brasil. Ela começou a pensar na sua economia, visto que não tinha dinheiro para comprar tantos produtos necessários para a viagem (malas, roupas novas, sapatos...)
Assim teve alguns dias preocupada com a situação, porque não queria perder essa oportunidade tão importante que lhe serviria para melhoramento do seu trabalho.
Partilhou a preocupação com os amigos que resolveram solidarizar com ela .
No entanto, cada amigo ofereceu-lha uma quantia de dinheiro:

Nome dos amigos
Quantia de dinheiro
TONY
1000$00
NELSON
3000$00
DULCE
4000$00
ANA
1000$00
EUNICE
4000$00
EDNA
6000$00
LUÍS
3000$00

Ela ficou contente com o que conseguiu arrecadar com os amigos. Porém, ela sabia que tinha algumas compras a fazer. Juntou com a sua economia e decidiu fazer algumas compras:





4000$00
1500$00
2000$00
2000$00
Verificou o troco e viu que só lhe restavam 24500$00. Qual era a sua economia?
Com a quantia que sobrou, ela trocou em euros sabendo que 1 euro corresponde a 110$00.
Chegando em Fortaleza, ela tinha a necessidade de comunicar com os familiares em Cabo Verde, mas não tinha reais. Começou a pedir informações sobre o câmbio. Tendo essa informação, trocou o euro em reais, sabendo que cada euro corresponde a 2 reais e 40 centavos de reais.
Comprou um cartão por 20 reais e assim deu notícias aos familiares.
Depois da chamada efetuada para Cabo Verde, ela ficou a pensar: “Quantos CVE correspondem o custo da chamada ? Com que dinheiro fiquei?”
A Elisa, efetuando o seu cálculo, viu que ainda sobrava uma quantia razoável e ficou tranquila.



 
Caro leitor!!!

Depois de aventurar por várias estórias, de certeza percebeste que os personagens passam por situações caricatas e fascinantes, procurando encontrar soluções para diversos problemas, tanto dos números como das palavras.

Nesta caminhada, percorreram quilómetros de distancia para perceber o fascínio dos números e a sua interligação com as palavras e a sua simplicidade na resolução.

Foram envolvidos pela magia dos cálculos e a leveza das palavras a procura de respostas, que se tornaram simples. Descobriram novos caminhos, aventurando pelas trilhas do conhecimento e do mistério dos números e das palavras.
Agora que acabaste de ler estas lindas estórias, de professores cabo-verdianos em Fortaleza, convidamo-lo a escrever as tuas próprias aventuras interligando estes conhecimentos.

Caro leitor, quer agarrar a mais um desafio? Então, abre a tua mente e mergulha no mundo da tua imaginação para construir outras estórias fabulosas!!!

Vamos aventurar!!!


 
A PRIMEIRA VIAGEM A FORTALEZA.

Ângela Paulo
Euclides Cabral



Brasil, terra dos sonhos de qualquer cabo-verdiano, pela semelhança cultural dos seus povos, todos amantes da diversão; da “boa vida”, noitadas, carnaval, futebol, caracterizados ambos pela simpatia e morabeza, partilhando ainda a língua de Camões. A curiosidade aumentou no seio dos professores do Ensino Básico espalhados pelas ilhas, sempre ansiosos por uma oportunidade que já tinha sido usufruída pelos professores do Ensino Secundário. Daí surgiu a magnífica notícia de que os professores do Ensino Básico teriam a sua vez de viajar para Fortaleza, com o propósito de participar numa formação de um mês nas áreas de Matemática e Português.
Quim e Arlinda, felizardos nessa empolgante aventura, encontraram-se no aeroporto da Praia, entusiasmados com viagem, no entanto, um pouco apreensivos por ser a primeira viagem que estavam a fazer para fora do seu pequeno país. O Quim parecia muito nervoso e um pouco perdido, pois não sabia onde fazer o câmbio da moeda cabo-verdiana em euro, e como se não bastasse, estava atrasado para o check- in. Foi aí que a Arlinda o interpelou:
– Desculpe-me, também vais ao Brasil?
      Suspirando de alivio, o Quim respondeu:
      – Sim fui escolhido também, mas preciso trocar o escudo pelo euro, segundo fui informado e não sei onde fazer.
      – Há um banco aqui no aeroporto onde podes fazer isso, mas se calhar deves primeiro fazer o check-in porque estás muito atrasado e depois ajudar -te-ei a resolver o resto.
      Feito o check-in, foram resolver o problema do câmbio. Chegando na agência o Quim perguntou a Arlinda:
      – Mas quantos euros receberei, pois tenho vinte e cinco mil escudos?
      – É muito fácil. Sabendo que cada euro equivale a cento e dez escudos, é só calcular.
          De seguida dirigiram-se ao bar do aeroporto para tomarem um lanche. Lá encontraram mais quatro colegas que também viajavam para Fortaleza. Cada um tomou um galão e um sanduíche. No final do lanche pediram a conta ao garçom que foi num total de mil oitocentos e sessenta escudos. Cada um teria de contribuir com sua parte. Daí um dos amigos tomou a iniciativa de calcular o valor correspondente a cada pessoa. Pagaram a conta e dirigiram-se para sala de embarque.
      Partiram do Aeroporto da Praia por volta das catorze horas e vinte minutos de Cabo Verde e a viagem demorou quatro horas.
      Ao chegar no Aeroporto de Fortaleza, debaixo de um sol abrasador, o Quim exclamou:
      – Arlinda, que horas são aqui, que há tanto sol assim?!
      – Vamos fazer os cálculos. Lembre-se que Brasil tem duas horas a menos que Cabo Verde. Se nos saímos de lá as catorze e vinte, gastamos quatro horas de viagem, é só saber que horas são em cabo verde, para descobrir que horas são aqui.
      A caravana que viajou de Cabo Verde entrou no autocarro e dirigiu-se para o hotel Mareiro onde iria se hospedar. Já instalados, todos preocuparam-se em comunicar com a família e, para isso, dirigiram-se à recepção do hotel para saberem se havia possibilidades de fazer o câmbio do euro para o real que precisavam na compra do cartão. Só receberam o valor correspondente ao euro no dia seguinte. Todos estavam ansiosos em descobrir quantos reais corresponderia cada euro. A Arlinda que tinha entregue cem euros, recebeu duzentos e quarenta reais. No entanto, outros colegas que foram trocar as moedas fora do hotel, disseram que conseguiram trocar por um valor mais alto. A partir deste momento todos ficaram atentos na troca das moedas.


 
UM SONHO QUE TORNOU REALIDADE


Eunice Livramento Monteiro
Mateus Felipe Fortes Semedo


Conhecer Brasil foi sempre um sonho, pois as telenovelas retratam um Brasil bonito que desperta a curiosidade de qualquer pessoa.
Manice recebeu a notícia no dia 3 de junho que tinha sido escolhida para participar de uma formação no Brasil. Ansiosa, começou a pensar como seria a sua aventura em Fortaleza. Passados alguns dias, deu uma olhada no calendário, viu que era dia 1 de julho e começou a pensar nos dias que faltavam para a sua viagem.
Ao preparar a sua mala, Manice colocou dentro dela suas coisas com um cuidado cheio de ternura. As suas roupas preferidas vinham logo em cima, para não ficarem amassadas. No fundo da mala colocava as toalhas, as roupas íntimas, os produtos higiénicos e um lençol azul, por questão de segurança.
Chegou o esperado dia da viagem. Manice levantou às seis horas da manhã, pois, a sua viagem, da ilha do Maio para a Cidade da Praia, estava prevista para as nove. Antes, foi comprar os preparativos para o pequeno almoço e partiu para o aeroporto. Quando eram 10h35min partiu para a cidade da Praia, numa viagem de oito minutos, onde passou uma noite.
No dia seguinte, às 11h45min, apanhou um táxi e partiu para o aeroporto numa viagem de 15 minutos. No aeroporto, juntamente com os colegas, aguardava a hora de partida para Fortaleza. Numa grande fila, esperava a sua vez para atravessar a fronteira, mas com o coração a palpitar porque tinha que ser submetida a um controle policial, como mandam as regras. Na sala de espera para o embarque, Manice, de olhos no seu relógio, viu que já havia se passado 45 minutos, logo, sentiu a necessidade de comer alguma coisa. Foi então que dirigiu-se à lanchonete, levando uma nota de quinhentos escudos; e perguntou:
    Quanto custa um matutano?
A empregada respondeu:
– Custa 160 escudos.
    Surpresa com o preço, Manice concluiu que o matutano custava o dobro do preço normal.
Às 14h, Manice dirigiu-se para o avião. Com a ajuda das assistentes de bordo, ocupou o seu lugar perto da janela, à espera da partida, que aconteceu às 14h30min. Lá fora, a tarde ia alta. Por detrás das núvens cinzentas, adivinhava-se o sol, o mar sereno e o ar parado. Lá dentro, só se sentia o barulho do motor do avião.
Manice desembarcou no Aeroporto Internacional de Fortaleza “Pinto Martins”, às 18h. No percurso para o Hotel Marreiro, ela observava com muita atenção todos os pormenores: muitos prédios altos, grande movimentação de trânsito, polícias ambientais, centros comerciais etc.
Na recepção do hotel, Manice esperava a sua vez para conhecer a companheira do quarto. A noite parecia infinita, pois havia um silêncio muito grande... Parecia até que a vida tinha parado.
De manhãzinha, depois do banho, foi tomar um pequeno almoço, que de pequeno não tinha nada. Com uma mesa recheada de frutas de todos os gostos, pão em variedades, bolos em qualidade e quantidade, sumos naturais e sem esquecer a água fresca de coco. Na sala de formação, aguardava a hora do intervalo para fazer o seu primeiro contacto familiar.
O maior desafio da Manice foi a hora de adquirir o cartão telefónico e fazer o câmbio de real para o escudo cabo-verdiano. Dirigiu-se para o quiosque, próximo do hotel, e perguntou ao senhor que lá estava:
Quanto custa um cartão telofónico?
São vinte reais.
Manice adquiriu o cartão e começou a relacionar com o escudo cabo-verdiano. Sabendo que um real correspondia a quarenta e cinco (45) escudos, ficou impressionada com o valor e murmurou baixinho:
Ai meu Deus! Nunca podia imaginar que a comunicação no Brasil era tão cara assim!
Manice, nas suas aventuras em Fortaleza, visitou muitos lugares. Foi para a feira “Beira Mar”, depois de uma passeada comprou dois pares de brinco por 10 reais, um anel por 15 reais e uma havaiana por 15 reais.
No outro dia, foi com o grupo dos professores cabo-verdianos e brasileiros à livraria Cultura para conhecer e adquirir livros pedagógicos. A compra de livro foi mais um desafio para Manice. Ela havia recebido da organização do evento um vale de 100 reais, e na sua bolsa tinha um livro de 49,90 reais, um outro de 29,90 reias, mais um de 76,90 reais. No fim, com satisfação, regressou ao hotel feliz por ter trazido os livros que muito procurava para enriquecer os seus conhecimentos.
Os dias foram passando e cada experiência nova foi sempre um motivo de alegria para Manice, cheia novidades para contar. Assim, aguardava ansiosamente a hora de regressar para o seu país de origem e com muita vontade de ver os seus familiares que tanto os ama.






FORTALEZA, UM LABIRINTO PARA MINÓ


Fernando António Rodrigues Gonçalves
Maria José de Fátima Monteiro de Pina


Minó chegou ao Brasil acompanhado com vários colegas para passar uma temporada em Fortaleza. Ao chegar no aeroporto, encontrou seu irmão que lá estudava e lhe ofereceu um cartão de chamada internacional. Ansioso por entrar em contacto com a família, procurou um telefone público “orelhão” e conseguiu chamar a sua maẽ que, naquele momento, estava começando a ver jornal da noite exactamente às 20h em Cabo Verde.






Preocupada com a alimentação do filho, ela lhe perguntou se já tinha jantado, foi então que ele deu conta de que havia uma diferença de horário entre os dois países (Cabo Verde e Brasil).
Que situação! Minó então consertou o seu relógio com o relógio do aeroporto que marcava 18h, pois ele sabia que a diferença de horário entre esses países era de 2 horas. Dirigiu-se, então, ao hotel.
Durante o trajeto feito num ônibus em direção ao hotel, ele maravilhava com a beleza da cidade, que parecia estar num paraíso, admirando os arranha-céus gigantescos que se movimentavam, aproximando-se cada vez mais perto dele. Foi então que se deu conta de que havia perdido o início do jogo do Benfica que começava às 19h30min em Cabo Verde.
Para ele a situação não foi tão fácil o quanto pensava, mas, com o decorrer do tempo, foi familiarizando com as pessoas, fez vários amigos e foi aprendendo a se orientar na cidade.
Numa noite fresca, ele encontrou um grupo de amigos e foram passear pela encantadora avenida que o fazia lembrar a sua terra cheia de gente simpática, com um clima acolhedor e belas paisagens. Conversaram muito entre eles, encontraram uma feira onde se vende um pouco de tudo e muito parecido com o comércio em Cabo Verde, uma vez que se pode negociar o preço dos produtos com os comerciantes.
Ao observar as lojas, ele comprou um desodorizante por 6 reais, pagou com uma nota de 10 reais e recebeu de troco algumas moedas. Um dos colegas que o acompanhava lhe perguntou quanto teria de pagar se fosse com escudos CVE, tendo em conta que 1 R$ correspondia a 44 $ CVE.
O mais interessante é que Minó pretendia deixar o comerciante com as moedas por pensar que elas não teriam nenhum valor.
De regresso ao hotel, já cansados de tanto andar, resolveram apanhar o elevador que comportava apenas 5 pessoas. Tendo em conta que eram 12, calcularam o número mínimo de voltas que iria fazer o elevador para transportá-los. Eles discutiram entre si tentando chegar a uma solução, o que não se concretizou e resolveram subir pelas escadas.
Eles se separaram e dirigiram cada um para o seu quarto, Minó foi dormir e envolveu-se num lindo sonho. Foi durante o sono que veio a memória em forma de sonho de um dia em que ele se perdeu juntamente com mais quatro amigos após terem feito uma visita à Livraria Cultura.
Eles estavam interessados em conhecer um shopping que, segundo um amigo que lhes indicou a direção, ficava a quatro quarteirões da livraria. Então eles seguiram rumo à direção indicada contando os quarteirões. Não se sabe ao certo o que teria acontecido, mas certo é que se perderam e depois de tanto caminhar foram parar no shopping Iguatemi, que se situa do lado contrário ao hotel onde eles hospedavam. Sendo assim, não sabendo ao certo o caminho de regresso e com medo de se perder de novo, resolveram pagar um táxi que lhes cobrou 18R$ pela corrida. Ao acordar, Minó pôs-se a calcular o gasto feito uma vez que chegaram fora do horário do jantar e jantaram num restaurante próximo, o que lhes custou 110R$ ao todo. Também resolveu desenhar um mapa da cidade com alguns pontos de referência (Hotel Mareiro; Shopping Iguatemi; Ponte dos Ingleses; Cais do Porto) de modo a evitar que a desagradável situação voltasse a acontecer.